Miguel d'Avila de Moraes; Tainan Messina. 2012. Cattleya labiata (ORCHIDACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil, de ocorrência em Caatinga e Mata Atlântica, nos estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Espírito Santo e Rio de Janeiro (Barros et al., 2011). De acordo com Menezes (2002) apud Breda, Silva e Lemos (2006), as populações da espécie vegetam em áreas específicas do Nordeste, distantes do litoral cerca de 50-150 Km até 300-400 Km, em altitudes entre 500 e 1000 m.
<i>Cattleya labiata </i>é uma espécie de ocorrência em Caatinga e Mata Atlântica, nos Estados do Ceará,Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Espírito Santo e Rio de Janeiro, em altitudes entre 500 e 1.000 m. A espécie foi introduzida na floricultura há quase 200 anos, e desde então tem sido umas das espécies mais visadas para cultivo, sendo muito explorada para fins comerciais; a espécie tem quase 12.000 híbridos, sendo essa uma grande ameaça às populações naturais. Além disso, o habitat onde <i>C. labiata</i> ocorre tem um histórico de devastação, e observou-se que alguns relictos onde a espécie ocorre têm sofrido severa redução nas últimas décadas. A Caatinga brasileira vem sendo devastada para a extração de madeira que alimenta as carvoarias. Diante do exposto, suspeita-se que a espécie tenha sofrido uma redução populacional de 30% nos últimos dez anos e caso as ameaças incidentes não cessem, a população pode vir a sofrer uma redução de mesmo valor nos próximos dez anos. A espécie, por isso, foi avaliada como "Vulnerável" (VU).
A espécie foi descrita em 1821 por John Lindley, apresentando como principais características o epifitismo, a presença de pseudobulbos de 15 a 20 cm de comprimento com apenas uma folha sem seu ápice e flores de 15 a 25 cm de diâmetro (Righeto, 2011).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1 Habitat Loss/Degradation (human induced) | national | high | |||
Segundo Biodiversitas (2005), existem pouco remanescentes de floresta que abrigam a espécie, tornando a área de ocorrência muito restrita. A degradação ambiental ao longo dos últimos anos foi expressiva. No entanto, teoricamente, os remanescentes de habitat da espécie seriam capazes de manter as populações restantes. |
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.3 Extraction | national | ||||
De acordo com Biodiversitas (2005) o que mais agravou a situação da espécie em seu meio natural foi o extrativismo predatório para fins comerciais e por colecionadores. |
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1 Habitat Loss/Degradation (human induced) | local | high | |||
Segundo Castro (2009) a Reserva da Pedra Talhada que, segunda a autora, é o último santuário da espécie, vem sofrendo com o corte de madeira ilegal há mais de 20 anos. A autora afirma que em 25 anos, 40% da Reserva foi desmatada. |
Ação | Situação |
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5.7.1 Captive breeding/Artificial propagation | on going |
Correia et al. (2011) obtiveram 100% de índice de sobrevivências de plântulas da espécie após 120 dias. As plântulas foram obtidas através de semeadura in vitro. |
Ação | Situação |
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1.2.1.2 National level | on going |
A espécie foi considerada Em Perigo (EN) na Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 1. |
Ação | Situação |
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1.2.1.3 Sub-national level | on going |
A espécie foi considerada Criticamente ameaçada (CR) na Lista vermelha da flora do Espírito Santo (Simonelli; Fraga, 2007). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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Ornamental | ||
A espécie, ao lado de C. purpurata é uma das grande preferências dos cultivadores brasileiros. A espécie tem participado de praticamente todos os híbridos de Cattleya de flores grandes, desde que foi introduzida na floricultura, em meados de 1820. Aparentemente existem mais de 12.000 híbridos criados a partir de C. labiata (http://www.orquidario.org/plantames/mar/marpage.htm). |